Blog da Luiza - Gestar 2


quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Para pensar:

“Ninguém começa a ser educador numa certa terça-feira
 às quatro horas da tarde. Ninguém nasce educador ou marcado para ser educador. A gente se faz educador, a gente se forma, como educador, permanentemente, na prática e na reflexão sobre a prática”

 (Paulo Freire, em A Educação na Cidade)

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

O GESTAR É UM TREM BÃO

Na manhã do dia deis

Nóis cheguemo bem cedinho.

E iguar faiz nos quartéis,

É só tomar o cafezinho

E ir direto pra sala

Aprendê cume qui fala

E fazê tudo direitinho.

Chegando na sala tava

A querida professora

Qui é muito sabida a dona

Já é até mestra e dotôra!



Ela ispricô pra nóis, tudo, tudo direitinho,

Cume que a gente vai fazê

Pra terminar o Gestar II

Se tiver ter o deproma

Da sonhada UNB.

Despois de tudo expricado

Cumecemo então a falá

O qui fizemo na escola

Do tar do curso do Gestar.

Todo mundo foi falando,

Os seus feitos coisa e tar.



Todo mundo teve sua vêis.

Ninguém ficou sem falar.

Num falô todo mundo cedo

Fico um pouco pra tarde.

Sabe, eu falei logo num quiria fazê alarde.

O povo de Colorado quereno inzibi, veja só

Feiz o deis cheim de figurinha

Só vendo pra vê a beleza.

O meu? Ai, ai, ai, que vergonha!

Feinho que dava dó.



Mais no Gestar é tão bão

Pruquê o crima é ameno.

Ninguém caçoa do outro: nem

Dos bão, dos ruim, “mais ou meno”.

E a gente fica à vontade

Conta as bestêra qui faiz.

A professora só óia,

E diz pra não fazê mais.

Na manhã do dia doze aprendemo

Qui o insino num é fracionado



Inté fizemo um texto

Usando uns palavriado

Qui a professora ispricô

Qui de provérbio é chamado.

Vimo um montão de provérbio

Cada quar na sua vêiz.

Tinha de toda língua:

Italiano, africano, árabe e chinês.

No texto argumentativo

Qui a professora pidiu



Nóis feiz falando duma árvore

Qui perdeu um gaio uma vêiz

E esse marvado já seco,

Cabo de machado virô.

Ia derrubá sua mãe

Qui triste argumento

-Te alimentei com minha seiva

E tu me mata agora?!

Arrependido o gaio

Pidiu perdão nessa hora



Na manhã do dia doze,

Quarta feira, note bem

Qui até zonza eu fiquei

Falô dumas redação

Chamada de oficiá,

Criou o “Ministério das Linguage”

No Distrito Federal

Falô dos concurso púbrico

Pra nossa felicidade

Qui a gente de sabê

O regimento da entidade.



Mais o mió de tudo

Não foi esse conseio, não.

Foi um tar de trava-língua

Qui pra falá é tão difícir

Qui deu câimbra até na mão.

Mais nóis fizemo certinho!

Mostremo pra professora

Qui nóis é aluno dos bão.

Ela fêiz um piquititinho.

E nóis fêiz um bem grandão!



Na tarde desse mesmo dia,

Nóis viu o filme “Vidas em Português”.

Oito séculos falando

Minha língua e a docêis.

A gente viu a mudança

Qui o tempo encarrega em fazê,

De lugar pra lugar também

Há diferença de sê.

Mais nossa língua é bunita.

Seja em quarqué idade



Só na nossa língua tem

A danada da sodada.



Mais bão memo foi de noite

Qui argúem ofereceu

Um firme pra os cursista

E no hotel aconteceu.

O mocinho era tão lindo!

E oiava com tanto amo

Qui as assanhada das minina

Quase num se agüento.



E a Bete, coitada, inocente, por ele se apaixono.

Eu nada disso vi

Mas a Auxiliadora contô.


Na quinta feira bem cedo

Cheguemo pra istudá

Era apresentação dos trabaio

Mais antes nóis viu um slide

Dum narrado nordestino

Contando um filme em inglês

Intendendo tudinho, tudinho...



O qui ele quis falá,

Era tudo expricadinho:

-Num sei que lá, num sei que lá.

Essa tarde estão ficô

Para os trabaio expô

Já era quase noitinha

Tava todo mundo cansado

Mais feliz que dava gosto!


Na manhã seguinte nóis fêiz

Uma fabula ingraçada

Era tudo ao contrário

Original não tinha nada.

O lobo que era mau

Ficou bãozinho, o danado,

Cuidava da vovozinha

Que nem mesmo a Chapeuzinho

Teve tamanho cuidado.

A tartaruga apressada, brigava com as formiga

Que estava demorando

Pra cumpri o cumbinado.

Num pudia ficá sujera.

Nem um poquim de farelo.



Nesse momento chegô

Um tar Monteiro Lobato, homem importante, mas singelo

Então levo todo mundo pro sítio

Do Pica Pau amarelo.

Na tarde desse dia então

quando tudo terminô,

fico aquela sodade

dos dia de felicidade

qui aqui nóis junto passô.

Quando o trem é assim bão,

Passa logo, a gente nem vê.

Professorinha querida, já to cum sodade docê.

Cum sodade de todo mundo

Pruquê isso é que é educação.

O grande, o pequeno se unem

Fazendo a integração

Caminhando todos juntos

Rumo à integração.


Maria Divina de Andrade

Corumbiara, 2009-11-26 Formadora do Gestar II

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

PLATAFORMA FREIRE

Todos os professores das redes municipais e estaduais devem fazer seu cadastro na Plataforma Freire, independente da inscrição em cursos de formação inicial, continuada e especialização. A partir de agora, todas as formações oferecidas terão o site como forma de inscrever seus participantes.


É de grande importância que você, professor, faça seu cadastro na Plataforma Freire: http://freire.mec.gov.br O acesso é fácil e rápido. Basta que você acesse já tendo um endereço de email.


Contribuição: Blog de Núbia Montenegro, Zílpora-TICS.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Boas vindas ao ano que se inicia


Mais um ano que começa e, com ele muito trabalho e realizações. É o que esperamos e desejamos a todos.
Que nesse novo ano possamos realizar tudo o que planejamos, e que o nosso trabalho seja um grande sucesso.

Autobiografia

Meu nome é Luiza Oliveira de Assunção, nasci aos 19 de dezembro de 1965, na cidade de Deodápolis, Mato Grosso do Sul.
Antes de completar sete anos, meu pai resolveu se mudar com a família para a capital de São Paulo, onde pretendia melhores oportunidades de emprego e estudo para os filhos.

A primeira escola de que me lembro ficava na capital de São Paulo, num bairro chamado Penha de França. Era um prédio de três andares e chamava-se Colégio Padre Antão. Eu me recordo bem das escadas, que era por onde eu, ainda criança, corria em busca da merenda e das brincadeiras do recreio. Na sala de aula, me recordo apenas de um professor de quinta-série. Ele era negro, alto, magro e muito sisudo, mas eu me identificava muito com ele, ele dava aulas de Português e, com certeza, foi o responsável pelo gosto que adquiri pela leitura.

O que mais me fascinavam eram os textos que me transportavam para um mundo de fantasia, cheio de emoção e de alegria. Eu me concentrava tanto nas leituras, nas histórias, que perdia a noção do tempo, da realidade, e muitas vezes fui repreendida duramente por isso, pois tinha que cuidar dos serviços da casa primeiro e, muitas vezes, me surpreendiam com um livro nas mãos, entretida com as aventuras dos personagens.
Pegava livros emprestados na biblioteca da escola, na biblioteca pública e dos meus professores. Adorava entrar em livrarias e sonhava em um dia poder adquirir todos aqueles livros ali expostos. Era meu sonho de consumo. Meus irmãos mais velhos também contribuíam trazendo material de leitura para mim. Gibis, revistas, livros os mais diversos, fotonovelas e outros. Tinha preferência por textos narrativos e que tivessem bastantes diálogos.
Aos onze anos de idade nos mudamos novamente. Agora para a cidade de Campo Grande. Ali, estudei numa escola muito boa, cujo nome homenageava o Padre Heitor Castoldi. Datam dessa época algumas lembranças muito boas como o contato com a música e as festas regionais.
Permanecemos somente um ano naquele lugar, de onde saímos atraídos pela possibilidade de adquirir um pedaço de terra. Viemos para Rondônia em 1978 e nos instalamos inicialmente na cidade de Colorado do Oeste e depois no sítio que meu pai ganhou do Incra.
Essa nova morada ficava localizada muito distante da cidade e, por isso, fui obrigada a interromper meus estudos na sétima série do ensino fundamental. Também rarearam as possibilidades de acesso a qualquer material de leitura, então lia o que me caía nas mãos.
Aos dezesseis anos me casei e, um ano depois, já era professora numa escolinha rural em turmas multisseriadas.
Logo em seguida me inscrevi num curso de formação de professores à distância, o Logos II.
Com minha sede de saber, consegui alcançar, nesse curso, um dos recordes dos quais me orgulho em meus estudos. Concluí o curso em menos de quatorze meses, realizando até quatorze provas em um só dia.
Assim “formada”, resolvi me mudar, com minha família para a cidade de Cerejeiras, quando fui trabalhar na Escola Tancredo Neves, isso em 1986.

Trabalhava com turmas do primário, segunda e terceira série, a maior parte do tempo.
Em 1995, surgiu a oportunidade de realizar mais um dos meus sonhos, um curso de graduação na área de Língua Portuguesa. Era um curso da UNIR, Universidade Federal de Rondônia. Quando comecei o curso, fui convidada a trabalhar com as séries finais do ensino fundamental e o ensino médio.
Em 2000, seis meses depois de minha formatura, fui surpreendida em minhas convicções pela demissão. O Governo do Estado, alegando a necessidade de enxugar a folha de pagamento, demitiu um grande número de funcionários.
Fiquei desesperada! Já havia percebido que a educação era a minha vida e não poderia viver de outra forma. Busquei por diversos meios reaver meu cargo, mas foi tudo em vão, percebi que não poderia tê-lo de volta. Minha salvação foram as escolas particulares e algumas aulas pelo município, até poder voltar. Agora de acordo com a lei. Com nível superior e concurso público. Fiz o concurso em 2001, passei e fui chamada pra tomar posse no meu cargo de Professora Nível III em abril do mesmo ano. Em 2008, fui convidada a fazer parte da equipe do Gestar II em Cerejeiras como formadora de Língua Portuguesa, com o qual espero poder contribuir para a formação continuada de muitos outros colegas professores e, dessa forma, ajudar na melhoria do qualidade da educação que é oferecida aos nossos jovens estudantes, principalmente, daqueles que são foco do programa, de sexto ao nono ano.


E o futuro? A Deus pertence... Mas acredito que estou deixando a minha contribuição para que ele seja melhor.