Blog da Luiza - Gestar 2


segunda-feira, 26 de abril de 2010





Intertextualidade: O diálogo entre textos

No dia 20 de Abril de 2010, realizamos aqui, em Cerejeiras/RO, a oficina referente à unidade 04 do Caderno de Teoria e Prática 01 de Língua Portuguesa, que trata da Intertextualidade; O diálogo entre textos.
Como de costume, iniciamos o encontro com uma oração espontânea e uma mensagem para reflexão. Devido às dificuldades pelas quais estamos passando relacionadas ao fim da mobilização dos servidores da Educação no Estado por reajuste salarial, selecionamos a mensagem O doce aroma do café”, que pretende refletir sobre a forma como encaramos e reagimos diante das adversidades que se nos apresentam.
Em seguida, fizemos a retomada do conteúdo do TP através de apresentação de slides que discorriam sobre e exemplificavam os vários tipos de intertextualidade: paródia, paráfrase, alusão, citação e apropriação. Como exemplo escolhemos textos diversificados de autores também diversos como Jô Soares, Murilo Mendes, Renato Russo, Caetano Veloso, entre outros.
A segunda parte do encontro foi destinada à realização da retomada com os cursistas dos resultados da Avaliação Diagnóstica, aplicada aos alunos do 6 ao 9 ano das escolas do Município( estaduais e municipais) na semana que precedeu o início da paralisação (10, 11 e 12 de março). Para isso, fizemos, inicialmente,  uma  reflexão sobre os descritores de habilidades tanto de Leitura e Compreensão de textos quanto de Produção de textos. Como a maioria dos cursistas já conhecem esse material, por terem auxiliado a nossa equipe na aplicação e também na correção das avaliações, não tivemos nenhuma dificuldade nessa parte do encontro e passamos, em seguida, à análise dos gráficos que mostram a média das habilidades atingidas e não atingidas.
Analisamos também algumas das produções de texto dos alunos a fim de constatar essas dificuldades “in loco” e, a partir disso, buscarmos caminhos para desenvolver as habilidades não alcançadas ainda por eles. Combinamos então, que esses resultados devem ser encaminhados às escolas para que a equipe gestora, juntamente com os professores das respectivas turmas possam realizar um trabalho em conjunto visando melhorar a média de aprendizagem das turmas em sua totalidade e de cada aluno, individualmente.
Sendo assim, de posse do material produzido por nós quando da correção das avaliações (fichas, gráficos e relatórios) devemos nos encaminhar às escolas brevemente para fazer esse trabalho junto às equipes gestoras das mesmas.



Autobiografia

Meu nome é Luiza Oliveira de Assunção, nasci aos 19 de dezembro de 1965, na cidade de Deodápolis, Mato Grosso do Sul.
Antes de completar sete anos, meu pai resolveu se mudar com a família para a capital de São Paulo, onde pretendia melhores oportunidades de emprego e estudo para os filhos.

A primeira escola de que me lembro ficava na capital de São Paulo, num bairro chamado Penha de França. Era um prédio de três andares e chamava-se Colégio Padre Antão. Eu me recordo bem das escadas, que era por onde eu, ainda criança, corria em busca da merenda e das brincadeiras do recreio. Na sala de aula, me recordo apenas de um professor de quinta-série. Ele era negro, alto, magro e muito sisudo, mas eu me identificava muito com ele, ele dava aulas de Português e, com certeza, foi o responsável pelo gosto que adquiri pela leitura.

O que mais me fascinavam eram os textos que me transportavam para um mundo de fantasia, cheio de emoção e de alegria. Eu me concentrava tanto nas leituras, nas histórias, que perdia a noção do tempo, da realidade, e muitas vezes fui repreendida duramente por isso, pois tinha que cuidar dos serviços da casa primeiro e, muitas vezes, me surpreendiam com um livro nas mãos, entretida com as aventuras dos personagens.
Pegava livros emprestados na biblioteca da escola, na biblioteca pública e dos meus professores. Adorava entrar em livrarias e sonhava em um dia poder adquirir todos aqueles livros ali expostos. Era meu sonho de consumo. Meus irmãos mais velhos também contribuíam trazendo material de leitura para mim. Gibis, revistas, livros os mais diversos, fotonovelas e outros. Tinha preferência por textos narrativos e que tivessem bastantes diálogos.
Aos onze anos de idade nos mudamos novamente. Agora para a cidade de Campo Grande. Ali, estudei numa escola muito boa, cujo nome homenageava o Padre Heitor Castoldi. Datam dessa época algumas lembranças muito boas como o contato com a música e as festas regionais.
Permanecemos somente um ano naquele lugar, de onde saímos atraídos pela possibilidade de adquirir um pedaço de terra. Viemos para Rondônia em 1978 e nos instalamos inicialmente na cidade de Colorado do Oeste e depois no sítio que meu pai ganhou do Incra.
Essa nova morada ficava localizada muito distante da cidade e, por isso, fui obrigada a interromper meus estudos na sétima série do ensino fundamental. Também rarearam as possibilidades de acesso a qualquer material de leitura, então lia o que me caía nas mãos.
Aos dezesseis anos me casei e, um ano depois, já era professora numa escolinha rural em turmas multisseriadas.
Logo em seguida me inscrevi num curso de formação de professores à distância, o Logos II.
Com minha sede de saber, consegui alcançar, nesse curso, um dos recordes dos quais me orgulho em meus estudos. Concluí o curso em menos de quatorze meses, realizando até quatorze provas em um só dia.
Assim “formada”, resolvi me mudar, com minha família para a cidade de Cerejeiras, quando fui trabalhar na Escola Tancredo Neves, isso em 1986.

Trabalhava com turmas do primário, segunda e terceira série, a maior parte do tempo.
Em 1995, surgiu a oportunidade de realizar mais um dos meus sonhos, um curso de graduação na área de Língua Portuguesa. Era um curso da UNIR, Universidade Federal de Rondônia. Quando comecei o curso, fui convidada a trabalhar com as séries finais do ensino fundamental e o ensino médio.
Em 2000, seis meses depois de minha formatura, fui surpreendida em minhas convicções pela demissão. O Governo do Estado, alegando a necessidade de enxugar a folha de pagamento, demitiu um grande número de funcionários.
Fiquei desesperada! Já havia percebido que a educação era a minha vida e não poderia viver de outra forma. Busquei por diversos meios reaver meu cargo, mas foi tudo em vão, percebi que não poderia tê-lo de volta. Minha salvação foram as escolas particulares e algumas aulas pelo município, até poder voltar. Agora de acordo com a lei. Com nível superior e concurso público. Fiz o concurso em 2001, passei e fui chamada pra tomar posse no meu cargo de Professora Nível III em abril do mesmo ano. Em 2008, fui convidada a fazer parte da equipe do Gestar II em Cerejeiras como formadora de Língua Portuguesa, com o qual espero poder contribuir para a formação continuada de muitos outros colegas professores e, dessa forma, ajudar na melhoria do qualidade da educação que é oferecida aos nossos jovens estudantes, principalmente, daqueles que são foco do programa, de sexto ao nono ano.


E o futuro? A Deus pertence... Mas acredito que estou deixando a minha contribuição para que ele seja melhor.