Blog da Luiza - Gestar 2


quarta-feira, 28 de julho de 2010

Com muito orgulho parabenizamos a todos pelas atividades desenvolvidas e pelo sucesso do programa,
 e também, agradecemos pelo entusiasmo e dedicação,
mesmo diante de carga horária pesada...
Queremos destacar que Cerejeiras está dando um dos passos mais importantes para a transformação da educação, buscando um ensino de qualidade, o qual temos consciência, começa com muito trabalho e estudo!

Professora Genilsa apresenta o projeto Educação Ambiental: Uma possibilidade para desenvolver a leitura e a escrita.



A Professora Sara apresentou o projeto Falha Nossa.
Professora Janaína apresentando o Projeto Ler e Gostar é só Declamar.

Professora Maria de Jesus e Jésa. 

Professoras Jacqueline e Elenara e o Projeto Estação da Leitura.

Professoras Jésa e Izabel e o Projeto Valorizando a Cultura Indígena.

Professoras Fátima e Alessandra apresentando o Projeto Futebol: A Paixão Nacional.


Professora Márcia e o projeto Copa do Mundo: Conhecer para aprender.

Professora Elizângela e Rialma e seu Projeto Depoimentos e Causos de Cerejeiras.
Professora Márcia Gonzaga...

Professores cursistas assistem a apresentação dos Projetos
Professor Edimar apresentando seu Projeto.
Professor Wanderley....
Professora Gilmara apresenta o Projeto Hagaquê x Aprendizagem lúdica.



segunda-feira, 26 de julho de 2010

Obrigado, Senhor, pela minha escola!



Ela tem muitos defeitos. Como todas as escolas têm. Ela tem problemas, e sempre terá.

Quando alguns são solucionados, surgem outros, e a cada dia aparece uma nova preocupação.

Neste espaço sagrado, convivem pessoas muito diferentes.

Os estudantes vêm de famílias diversas e carregam com eles sonhos e traumas próprios.

Alguns são mais fechados. Outros gostam de aparecer. Todos são carentes. Carecem de atenção, de cuidado, de ternura.
Os professores são também diferentes. Há alguns bem jovens. Outros mais velhos. Falam coisas diferentes. Olham o mundo cada um à sua maneira.
Alguns sabem o poder que têm. Outros parecem não se preocupar com isso.

Não sabem que são líderes. São referenciais. Ou deveriam ser.
Funcionários.

Pessoas tão queridas, que ouvem nossas lamentações. E que cuidam de nós. Estamos juntos todos os dias.

Há dias mais quentes e outros mais frios. Há dias mais tranqüilos e outros mais tumultuados.
Há dias mais felizes e outros mais dolorosos. Mas estamos juntos.
E o que há de mais lindo em minha escola é que ela é acolhedora.
É como se fosse uma grande mãe que nos abraçasse para nos liberar somente no dia em que estivéssemos preparados para voar.
É isso.
Ela nos ensina nossa vocação. O vôo.
Nascemos para voar, mas precisamos saber disso. E precisamos, ainda, de um impulso que nos lance para esse elevado destino.
Não precisamos de uma escola que nos traga todas as informações. O mundo já cumpre esse papel.
Não precisamos de uma escola que nos transforme em máquinas, todas iguais.
Não.
Seria um crime reduzir o gigante que reside em nosso interior.
Seria um crime esperar que o vôo fosse sempre do mesmo tamanho, da mesma velocidade ou na mesma altura.
Minha escola é acolhedora.
Nela vou permitindo que a semente se transforme em planta, em flor. Ou permitindo que a lagarta venha a se tornar borboleta.
E sei que para isso não preciso de pressa. Se quiserem ajudar a lagarta a sair do casulo, talvez ela nunca tenha a chance de voar.
Pode ser que ela ainda não esteja pronta.
Minha escola é acolhedora.
Sei que não apreenderei tudo aqui. A vida é um constante aprendizado.
Mas sei também que aqui sou feliz.
Conheço cada canto desse espaço. As cores da parede. Os quadros. A quadra. A sala do diretor. A secretaria. A biblioteca.
Já mudei de sala muitas vezes.
Fui crescendo aqui. Conheço tudo. Passo tanto tempo neste lugar.
Mas conheço mais. Conheço as pessoas. E cada uma delas se fez importante na minha vida. Na nossa vida.
E, nessa oração, eu Te peço, Senhor, por todos nós que aqui convivemos. Por esse espaço sagrado em que vamos nascendo a cada dia.
Nascimento: a linda lição de Sócrates sobre a função de sua mãe, parteira.
A parteira que não faz a criança porque ela já está pronta. A parteira que apenas ajuda a criança a vir ao mundo. E faz isso tantas vezes. E em todas às vezes fica feliz, porque cada nova vida é única e merece todo o cuidado.
Obrigado, Senhor, pela minha escola! Por tudo o que de nós nasceu e nasce nesse espaço. Aqui, posso Te dizer que sou feliz.
E isso é o mais importante.
Amém!


Gabriel Chalita



Autobiografia

Meu nome é Luiza Oliveira de Assunção, nasci aos 19 de dezembro de 1965, na cidade de Deodápolis, Mato Grosso do Sul.
Antes de completar sete anos, meu pai resolveu se mudar com a família para a capital de São Paulo, onde pretendia melhores oportunidades de emprego e estudo para os filhos.

A primeira escola de que me lembro ficava na capital de São Paulo, num bairro chamado Penha de França. Era um prédio de três andares e chamava-se Colégio Padre Antão. Eu me recordo bem das escadas, que era por onde eu, ainda criança, corria em busca da merenda e das brincadeiras do recreio. Na sala de aula, me recordo apenas de um professor de quinta-série. Ele era negro, alto, magro e muito sisudo, mas eu me identificava muito com ele, ele dava aulas de Português e, com certeza, foi o responsável pelo gosto que adquiri pela leitura.

O que mais me fascinavam eram os textos que me transportavam para um mundo de fantasia, cheio de emoção e de alegria. Eu me concentrava tanto nas leituras, nas histórias, que perdia a noção do tempo, da realidade, e muitas vezes fui repreendida duramente por isso, pois tinha que cuidar dos serviços da casa primeiro e, muitas vezes, me surpreendiam com um livro nas mãos, entretida com as aventuras dos personagens.
Pegava livros emprestados na biblioteca da escola, na biblioteca pública e dos meus professores. Adorava entrar em livrarias e sonhava em um dia poder adquirir todos aqueles livros ali expostos. Era meu sonho de consumo. Meus irmãos mais velhos também contribuíam trazendo material de leitura para mim. Gibis, revistas, livros os mais diversos, fotonovelas e outros. Tinha preferência por textos narrativos e que tivessem bastantes diálogos.
Aos onze anos de idade nos mudamos novamente. Agora para a cidade de Campo Grande. Ali, estudei numa escola muito boa, cujo nome homenageava o Padre Heitor Castoldi. Datam dessa época algumas lembranças muito boas como o contato com a música e as festas regionais.
Permanecemos somente um ano naquele lugar, de onde saímos atraídos pela possibilidade de adquirir um pedaço de terra. Viemos para Rondônia em 1978 e nos instalamos inicialmente na cidade de Colorado do Oeste e depois no sítio que meu pai ganhou do Incra.
Essa nova morada ficava localizada muito distante da cidade e, por isso, fui obrigada a interromper meus estudos na sétima série do ensino fundamental. Também rarearam as possibilidades de acesso a qualquer material de leitura, então lia o que me caía nas mãos.
Aos dezesseis anos me casei e, um ano depois, já era professora numa escolinha rural em turmas multisseriadas.
Logo em seguida me inscrevi num curso de formação de professores à distância, o Logos II.
Com minha sede de saber, consegui alcançar, nesse curso, um dos recordes dos quais me orgulho em meus estudos. Concluí o curso em menos de quatorze meses, realizando até quatorze provas em um só dia.
Assim “formada”, resolvi me mudar, com minha família para a cidade de Cerejeiras, quando fui trabalhar na Escola Tancredo Neves, isso em 1986.

Trabalhava com turmas do primário, segunda e terceira série, a maior parte do tempo.
Em 1995, surgiu a oportunidade de realizar mais um dos meus sonhos, um curso de graduação na área de Língua Portuguesa. Era um curso da UNIR, Universidade Federal de Rondônia. Quando comecei o curso, fui convidada a trabalhar com as séries finais do ensino fundamental e o ensino médio.
Em 2000, seis meses depois de minha formatura, fui surpreendida em minhas convicções pela demissão. O Governo do Estado, alegando a necessidade de enxugar a folha de pagamento, demitiu um grande número de funcionários.
Fiquei desesperada! Já havia percebido que a educação era a minha vida e não poderia viver de outra forma. Busquei por diversos meios reaver meu cargo, mas foi tudo em vão, percebi que não poderia tê-lo de volta. Minha salvação foram as escolas particulares e algumas aulas pelo município, até poder voltar. Agora de acordo com a lei. Com nível superior e concurso público. Fiz o concurso em 2001, passei e fui chamada pra tomar posse no meu cargo de Professora Nível III em abril do mesmo ano. Em 2008, fui convidada a fazer parte da equipe do Gestar II em Cerejeiras como formadora de Língua Portuguesa, com o qual espero poder contribuir para a formação continuada de muitos outros colegas professores e, dessa forma, ajudar na melhoria do qualidade da educação que é oferecida aos nossos jovens estudantes, principalmente, daqueles que são foco do programa, de sexto ao nono ano.


E o futuro? A Deus pertence... Mas acredito que estou deixando a minha contribuição para que ele seja melhor.