Blog da Luiza - Gestar 2


sexta-feira, 5 de junho de 2009

Tipos e gêneros textuais (Oficina 06)

No dia 26 de Maio, aconteceu o terceiro encontro do Programa Gestar II de Língua Portuguesa em Cerejeiras. É importante registrar, logo no início desse relato, a falta de diversos cursistas, principalmente do período matutino, o que não prejudicou, de forma alguma o desenvolvimento da oficina, mas que nos deixou preocupados.

Iniciamos com uma mensagem pra reflexão “Se tudo fosse perfeito” e, em seguida passamos para a I parte da oficina: o Retomando. Dessa vez decidimos retomar os conteúdos das unidades através de uma atividade de classificação das diversas seqüências tipológicas em textos do próprio TP (p. 106 e 156).Concluída essa classificação, realizamos a correção oral e passamos diretamente para o resumo do conteúdo através da apresentação de slides. A apresentação dos tópicos foi feita com a leitura oral e compartilhada pelos cursistas e a explanação também oral da formadora.

A segunda parte do encontro mostrou o início do desenvolvimento de uma nova concepção a respeito do programa por parte dos cursistas. Como não era de se esperar, os colegas não viam a hora de fazer o seu relato da prática em sala de aula. Alguns até interrompiam os outros tal a ansiedade pela exposição da própria experiência. Apesar de muitas falta no encontro do período matutino, o tempo foi curto e nem todos puderam fazer seu relato oral. Nem todos trouxeram os relatos escritos, que ficaram de entregar na próxima semana. Foi solicitado a eles que não deixassem para fazer isso na próxima oficina para não comprometer o desenvolvimento da mesma. Pudemos perceber que o programa já está colhendo os primeiros frutos, no que se refere à mudança de posicionamento do profissional da área diante da disciplina da qual é titular. Segue um pequeno resumo desses relatos:

· A maioria dos cursistas escolheu para aplicação em sala a atividade da seção 1, unidade 11, que nada mais é do que uma divertida competição entre os alunos e culmina na produção de um texto, uma descrição. Dessa forma, os alunos nem percebem que estão estudando. A atividade envolve a turma como um todo, desenvolve o espírito de equipe e a criatividade expressiva dos alunos. Todos os cursistas que aplicaram esta atividade avaliaram-na de forma positiva, enumerando alguns raros problemas na sua execução, como a agitação que toma conta da turma e traz algumas complicações, mas mesmo assim disseram ter havido um progresso significativo no nível de desenvolvimento da turma.

· Outros aplicaram a atividade da p. 172, unidade 12. Essa atividade é um exercício de transposição de gêneros textuais, adequada para turmas mais avançadas, e seguida de uma análise conjunta dos textos produzidos. Os cursistas avaliaram também de maneira positiva a atividade pois concluíram que o trabalho desenvolve a criatividade e faz com que os alunos produzam textos de gêneros variados passando, com isso a conhecer outros gêneros textuais com os quais não tinha ainda mantido contato. Foram lidas algumas produções dos alunos e pudemos perceber em loco a criatividade a que se referiam os professores.

· Também é interessante registrar a atividade desenvolvida com alunos do 1°ano do Ensino Médio pelo professor Edimar, que tratou da análise de um texto visual, no caso, uma foto da própria escola ampliada e através de conversa informal sobre o objeto em exposição, termina em uma produção que envolve, não só a descrição, mas também a narração e a dissertação. O referido professor descreveu a dificuldade que encontrou ao trabalhar a seqüência dissertativa, e atribuiu isso ao pouco trabalho envolvendo esse tipo de texto realizado com os alunos nas séries anteriores. Porém, mesmo relatando essa dificuldade, o cursista avaliou positivamente a atividade pois acredita que os alunos precisam trabalhar com as diferentes seqüências tipológicas presentes nos diversos gêneros.

· Algo que também merece destaque nesse nosso relato foi a discussão surgida após o relato de um cursista que aplicou a atividade prática em uma turma na qual havia uma aluna portadora de necessidades especiais. A partir daí, surgiram vários questionamentos a respeito da real inserção de alunos com essas características nas turmas regulares. Também discutimos a dificuldade de aprendizagem desses alunos e foram feitas algumas sugestões no sentido de trabalhar as suas habilidades individuais. Apesar disso, percebe-se que ficou no ar um certo mal estar por parte de todos, já que deveriam ter condições de poder contribuir de forma mais eficaz no desenvolvimento desse alunos mas sentem-se despreparados para isso.

Parece ter ficado claro a todos que as atividades sugeridas em nosso material de estudo (TPs) remete sempre a uma produção textual, seja ela oral ou escrita. E que essa atividade precisa ser valorizada e incentivada. Citamos as reportagens reincidentes da Revista Nova Escola desse ano no tema Produção textual, que foram sugeridas como material de leitura, estudo e aperfeiçoamento profissional.

Na seqüência das atividades da oficina realizamos a discussão em grupo das características do texto “Composição: O Salário Mínimo” de Jô Soares, numa tentativa de enquadrá-lo na categoria de gênero redação escolar. A discussão foi bastante proveitosa e deu para avaliar a aprendizagem dos cursistas de maneira positiva já que nenhum deles demonstrou surpresa ao concluir que o referido texto não se enquadra nessa classificação visto o seu autor e o veículo de circulação no qual foi publicado, sem falar nos inúmeros indícios deixados pelo autor no interior do texto.

A avaliação da oficina foi feita oralmente e os cursistas puderam elencar alguns aspectos positivos do encontro: interação entre cursistas e formadoras, aprofundamento da parte teórica, dinamismo, consonância dos temas com as necessidades dos professores, trocas de experiências. Também tivemos a oportunidade de expressar a nossa opinião sobre o desenvolvimento dos cursistas e das atividades, quando deixamos clara a nossa satisfação com os trabalhos de todos, e acrescentamos alguns ajustes que julgamos necessários para o melhor andamento do programa. Destacamos, inclusive, a necessidade de os colegas buscarem ajuda conosco sempre que houver dificuldade de qualquer espécie.

Fizemos algumas observações a respeito dos relatos dos colegas ressaltando a necessidade de se realizar uma reflexão em torno da atividade aplicada e registro escrito das impressões pessoais, da avaliação individual de cada cursista sobre a atividade desenvolvida, sem medo de destacar erros e acertos visando o crescimento pessoal e do grupo.

Distribuímos o cronograma das oficinas que destaca data, conteúdo e material necessário para as próximas oficinas. Falamos sobre o processo de avaliação diagnóstica, o qual esperamos dar início no mês de julho e para o qual contamos com a colaboração de todos os nossos cursistas. Aproveitamos para nos colocar à disposição de todos sempre que houver dificuldade de qualquer natureza, tanto no que se refere aos estudos individuais quanto nas atividades de prática.
Finalizando vimos uma mensagem para descontrair “Boa filosofia”.
Enfim, aproveitando para incentivar a leitura da próxima unidade fizemos a seguinte pergunta:
Qual é a sua concepção a respeito do ensino da língua?
O que significa letramento? Qual a diferença entre letramento e alfabetização?
Você já ouviu falar em Magda Soares?

Formadora do Gestar II de Língua Portuguesa - Cerejeiras - RO
Luiza Oliveira de Assunção

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Autobiografia

Meu nome é Luiza Oliveira de Assunção, nasci aos 19 de dezembro de 1965, na cidade de Deodápolis, Mato Grosso do Sul.
Antes de completar sete anos, meu pai resolveu se mudar com a família para a capital de São Paulo, onde pretendia melhores oportunidades de emprego e estudo para os filhos.

A primeira escola de que me lembro ficava na capital de São Paulo, num bairro chamado Penha de França. Era um prédio de três andares e chamava-se Colégio Padre Antão. Eu me recordo bem das escadas, que era por onde eu, ainda criança, corria em busca da merenda e das brincadeiras do recreio. Na sala de aula, me recordo apenas de um professor de quinta-série. Ele era negro, alto, magro e muito sisudo, mas eu me identificava muito com ele, ele dava aulas de Português e, com certeza, foi o responsável pelo gosto que adquiri pela leitura.

O que mais me fascinavam eram os textos que me transportavam para um mundo de fantasia, cheio de emoção e de alegria. Eu me concentrava tanto nas leituras, nas histórias, que perdia a noção do tempo, da realidade, e muitas vezes fui repreendida duramente por isso, pois tinha que cuidar dos serviços da casa primeiro e, muitas vezes, me surpreendiam com um livro nas mãos, entretida com as aventuras dos personagens.
Pegava livros emprestados na biblioteca da escola, na biblioteca pública e dos meus professores. Adorava entrar em livrarias e sonhava em um dia poder adquirir todos aqueles livros ali expostos. Era meu sonho de consumo. Meus irmãos mais velhos também contribuíam trazendo material de leitura para mim. Gibis, revistas, livros os mais diversos, fotonovelas e outros. Tinha preferência por textos narrativos e que tivessem bastantes diálogos.
Aos onze anos de idade nos mudamos novamente. Agora para a cidade de Campo Grande. Ali, estudei numa escola muito boa, cujo nome homenageava o Padre Heitor Castoldi. Datam dessa época algumas lembranças muito boas como o contato com a música e as festas regionais.
Permanecemos somente um ano naquele lugar, de onde saímos atraídos pela possibilidade de adquirir um pedaço de terra. Viemos para Rondônia em 1978 e nos instalamos inicialmente na cidade de Colorado do Oeste e depois no sítio que meu pai ganhou do Incra.
Essa nova morada ficava localizada muito distante da cidade e, por isso, fui obrigada a interromper meus estudos na sétima série do ensino fundamental. Também rarearam as possibilidades de acesso a qualquer material de leitura, então lia o que me caía nas mãos.
Aos dezesseis anos me casei e, um ano depois, já era professora numa escolinha rural em turmas multisseriadas.
Logo em seguida me inscrevi num curso de formação de professores à distância, o Logos II.
Com minha sede de saber, consegui alcançar, nesse curso, um dos recordes dos quais me orgulho em meus estudos. Concluí o curso em menos de quatorze meses, realizando até quatorze provas em um só dia.
Assim “formada”, resolvi me mudar, com minha família para a cidade de Cerejeiras, quando fui trabalhar na Escola Tancredo Neves, isso em 1986.

Trabalhava com turmas do primário, segunda e terceira série, a maior parte do tempo.
Em 1995, surgiu a oportunidade de realizar mais um dos meus sonhos, um curso de graduação na área de Língua Portuguesa. Era um curso da UNIR, Universidade Federal de Rondônia. Quando comecei o curso, fui convidada a trabalhar com as séries finais do ensino fundamental e o ensino médio.
Em 2000, seis meses depois de minha formatura, fui surpreendida em minhas convicções pela demissão. O Governo do Estado, alegando a necessidade de enxugar a folha de pagamento, demitiu um grande número de funcionários.
Fiquei desesperada! Já havia percebido que a educação era a minha vida e não poderia viver de outra forma. Busquei por diversos meios reaver meu cargo, mas foi tudo em vão, percebi que não poderia tê-lo de volta. Minha salvação foram as escolas particulares e algumas aulas pelo município, até poder voltar. Agora de acordo com a lei. Com nível superior e concurso público. Fiz o concurso em 2001, passei e fui chamada pra tomar posse no meu cargo de Professora Nível III em abril do mesmo ano. Em 2008, fui convidada a fazer parte da equipe do Gestar II em Cerejeiras como formadora de Língua Portuguesa, com o qual espero poder contribuir para a formação continuada de muitos outros colegas professores e, dessa forma, ajudar na melhoria do qualidade da educação que é oferecida aos nossos jovens estudantes, principalmente, daqueles que são foco do programa, de sexto ao nono ano.


E o futuro? A Deus pertence... Mas acredito que estou deixando a minha contribuição para que ele seja melhor.