Blog da Luiza - Gestar 2


sexta-feira, 5 de junho de 2009

Oficina 05

No dia 05 de maio de 2009, realizamos a 1ª oficina do Gestar II em Cerejeiras-RO com o tema Gêneros textuais: do intuitivo ao sistematizado e Trabalhando com Gêneros textuais.

Como havia acontecido na oficina introdutória do Programa, tivemos problemas com o horário. Havia sido combinado que daríamos início aos trabalhos às 7 h., porém a maioria dos cursistas chegou com bastante atraso e só foi possível começarmos às 07h30min. Isso ocorreu também no período da tarde e tivemos que rediscutir essa questão com os cursistas, ficando estipulado os seguintes horários para os próximos encontros: no matutino, às 7:15 h e , no vespertino, às 13:15 h. Novamente foi pedido compromisso com o horário para evitar o fato de termos que estender as atividades para além do tempo previsto e também em demonstração de respeito com os colegas que chegam no horário combinado.

Depois de uma mensagem inicial, fizemos a retomada dos conteúdos das Unidades 09 e 10 do TP 03 de Língua Portuguesa. Isso foi feito através de questões elaboradas anteriormente que eram respondidas pelos cursistas numa seqüência estabelecida pelo material do programa, respeitando as limitações individuais e oferecendo oportunidade para que todos pudessem participar comentando o que foi exposto e acrescentando informações que julgassem pertinentes ao assunto em questão. Ao final, fizemos a socialização do resumo do conteúdo através de slides, com o objetivo de sintetizar o que foi estudado nas unidades.

Na segunda parte da oficina encontramos alguma dificuldade, especificamente com relação aos relatos escritos, pois os cursistas alegaram não terem tido tempo para concluir a atividade do Avançando na Prática e produzir o texto relatando a mesma. Dessa forma, resolvemos dar mais uma semana para que eles possam fazer isso. A próxima oficina ficou marcada, então, para daqui a três semanas, dia 26 de maio. Em relação aos relatos orais, pudemos comprovar o sucesso de nossos cursistas, na maioria dos casos. Os próprios cursistas avaliaram essa como sendo a melhor parte da oficina já que puderam compartilhar as experiências, tanto de sucesso quanto de fracasso, com os colegas. Aqui gostaria de também expressar a minha satisfação com essa atividade que, apesar de alguns equívocos em sua aplicação, aponta para o sucesso de todos, a sua aprendizagem e o seu crescimento intelectual e profissional. Abro parênteses para destacar algumas dessas experiências com a aplicação da teoria na prática de sala de aula:

1. A cursista Elenara ,coordenadora pedagógica na Escola Castro Alves, relatou a sua experiência numa turma de 9° ano, na qual aplicou o Avançando na Prática da p. 25 que culmina na elaboração de um texto biográfico. Concluiu que, apesar das dificuldades iniciais como o desinteresse dos alunos e a sua inexperiência no trabalho com essa faixa etária, certamente alcançou êxito haja vista as produções realizadas ao final da atividade e a avaliação positiva que os alunos fizeram da mesma;

2. Numa turma de sexto ano, em outra escola e, por isso, numa realidade bem diferente da anterior foi que a cursista Eliene, secretária na Escola Jerônimo Santana, aplicou a mesma atividade que a deixou entusiasmada. Ela se referiu aos resultados alcançados, a produção de biografias, como bastante motivadores e, trouxe algumas dessas produções para mostrar ao grupo.

3. Outro relato que nos impressionou foi o do cursista Francisco Elivânio, professor na Escola Tancredo Neves que nos relatou também a mesma atividade só que em turmas de 9° ano, na verdade três turmas. Como era de se esperar, os resultados alcançados foram diferentes. O professor enfatizou a sua dificuldade inicial com uma turma considerada problemática, que por pouco não o fez desistir da empreitada, causando-lhe certa decepção. Porém, com sua insistência alcançou êxito também nessa turma o que o deixou bastante satisfeito. Considerou o trabalho que teve no planejamento, na aplicação e na aferição dos resultados muito proveitoso.

4. Ainda quero destacar o relato de duas cursistas que realizaram a mesma atividade sugerida pelo TP, na p. 41, que se refere à comparação entre textos de natureza diversa, mas que enfocam o mesmo tema: a fábula “A cigarra e a formiga”, em turmas também diferentes, mas da mesma faixa etária. São elas Sandra, professora na Escola Jerônimo Santana, e Genilsa, professora na Escola Tancredo Neves. Ambas consideraram o trabalho com os textos bastante produtivo, apesar de não terem ainda concluído a atividade com a produção textual, o que pretendem fazer em breve.

Para a atividade de transposição didática foi feita uma dinâmica de divisão de grupos e, na seqüência, uma apresentação dos descritores de habilidades do programa e a exposição oral e visual de um planejamento para que os cursistas pudessem interagir nos grupos com o conhecimento prévio dos itens a serem trabalhados no planejamento das aulas.
Todo o restante da oficina foi trabalhado como sugerido no TP, inclusive com a ilustração audiovisual dos textos “Poema tirado de uma notícia de jornal”, de Manuel Bandeira e “Bom dia” de Gilberto Gil e Milton Nascimento.

Concluindo, seria interessante acrescentar minhas observações particulares do encontro, que seriam as seguintes: a princípio, me senti um pouco desanimada com a desistência de duas cursistas que não eram foco do programa, mas haviam demonstrado grande interesse em participar do mesmo. Uma delas é a coordenadora pedagógica do Ceeja (antigo Supletivo) Carlos Drummond de Andrade, e a outra é uma das secretárias da Escola Jerônimo Santana. Ambas justificaram a desistência alegando estarem fazendo outros cursos que lhes tomam muito tempo, tornando assim inviável a sua participação eficaz e produtiva no Gestar II. Em contrapartida, o que me motivou bastante foi o fato de perceber o envolvimento dos outros cursistas no programa, o seu empenho na execução das atividades e a sua participação ativa em toda a oficina, levantando questionamentos e comentando o conteúdo estudado e as atividades realizadas.


Formadora do Gestar II – Língua Portuguesa - Cerejeiras – RO
Luiza Oliveira de Assunção

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Autobiografia

Meu nome é Luiza Oliveira de Assunção, nasci aos 19 de dezembro de 1965, na cidade de Deodápolis, Mato Grosso do Sul.
Antes de completar sete anos, meu pai resolveu se mudar com a família para a capital de São Paulo, onde pretendia melhores oportunidades de emprego e estudo para os filhos.

A primeira escola de que me lembro ficava na capital de São Paulo, num bairro chamado Penha de França. Era um prédio de três andares e chamava-se Colégio Padre Antão. Eu me recordo bem das escadas, que era por onde eu, ainda criança, corria em busca da merenda e das brincadeiras do recreio. Na sala de aula, me recordo apenas de um professor de quinta-série. Ele era negro, alto, magro e muito sisudo, mas eu me identificava muito com ele, ele dava aulas de Português e, com certeza, foi o responsável pelo gosto que adquiri pela leitura.

O que mais me fascinavam eram os textos que me transportavam para um mundo de fantasia, cheio de emoção e de alegria. Eu me concentrava tanto nas leituras, nas histórias, que perdia a noção do tempo, da realidade, e muitas vezes fui repreendida duramente por isso, pois tinha que cuidar dos serviços da casa primeiro e, muitas vezes, me surpreendiam com um livro nas mãos, entretida com as aventuras dos personagens.
Pegava livros emprestados na biblioteca da escola, na biblioteca pública e dos meus professores. Adorava entrar em livrarias e sonhava em um dia poder adquirir todos aqueles livros ali expostos. Era meu sonho de consumo. Meus irmãos mais velhos também contribuíam trazendo material de leitura para mim. Gibis, revistas, livros os mais diversos, fotonovelas e outros. Tinha preferência por textos narrativos e que tivessem bastantes diálogos.
Aos onze anos de idade nos mudamos novamente. Agora para a cidade de Campo Grande. Ali, estudei numa escola muito boa, cujo nome homenageava o Padre Heitor Castoldi. Datam dessa época algumas lembranças muito boas como o contato com a música e as festas regionais.
Permanecemos somente um ano naquele lugar, de onde saímos atraídos pela possibilidade de adquirir um pedaço de terra. Viemos para Rondônia em 1978 e nos instalamos inicialmente na cidade de Colorado do Oeste e depois no sítio que meu pai ganhou do Incra.
Essa nova morada ficava localizada muito distante da cidade e, por isso, fui obrigada a interromper meus estudos na sétima série do ensino fundamental. Também rarearam as possibilidades de acesso a qualquer material de leitura, então lia o que me caía nas mãos.
Aos dezesseis anos me casei e, um ano depois, já era professora numa escolinha rural em turmas multisseriadas.
Logo em seguida me inscrevi num curso de formação de professores à distância, o Logos II.
Com minha sede de saber, consegui alcançar, nesse curso, um dos recordes dos quais me orgulho em meus estudos. Concluí o curso em menos de quatorze meses, realizando até quatorze provas em um só dia.
Assim “formada”, resolvi me mudar, com minha família para a cidade de Cerejeiras, quando fui trabalhar na Escola Tancredo Neves, isso em 1986.

Trabalhava com turmas do primário, segunda e terceira série, a maior parte do tempo.
Em 1995, surgiu a oportunidade de realizar mais um dos meus sonhos, um curso de graduação na área de Língua Portuguesa. Era um curso da UNIR, Universidade Federal de Rondônia. Quando comecei o curso, fui convidada a trabalhar com as séries finais do ensino fundamental e o ensino médio.
Em 2000, seis meses depois de minha formatura, fui surpreendida em minhas convicções pela demissão. O Governo do Estado, alegando a necessidade de enxugar a folha de pagamento, demitiu um grande número de funcionários.
Fiquei desesperada! Já havia percebido que a educação era a minha vida e não poderia viver de outra forma. Busquei por diversos meios reaver meu cargo, mas foi tudo em vão, percebi que não poderia tê-lo de volta. Minha salvação foram as escolas particulares e algumas aulas pelo município, até poder voltar. Agora de acordo com a lei. Com nível superior e concurso público. Fiz o concurso em 2001, passei e fui chamada pra tomar posse no meu cargo de Professora Nível III em abril do mesmo ano. Em 2008, fui convidada a fazer parte da equipe do Gestar II em Cerejeiras como formadora de Língua Portuguesa, com o qual espero poder contribuir para a formação continuada de muitos outros colegas professores e, dessa forma, ajudar na melhoria do qualidade da educação que é oferecida aos nossos jovens estudantes, principalmente, daqueles que são foco do programa, de sexto ao nono ano.


E o futuro? A Deus pertence... Mas acredito que estou deixando a minha contribuição para que ele seja melhor.