No dia 02 de Março de 2010, foram realizados em Cerejeiras – RO, os encontros presenciais referentes à Unidade 03 do TP 01, que tem como tema O texto como centro das experiências no ensino de língua.
Para introduzir as matérias a serem discutidas no decorrer do encontro houvemos por bem realizar a leitura do texto da nossa colega formadora do Gestar no município de Presidente Médici – RO, a professora Francisca Elizabeth dos Santos Alves, a respeito de sua experiência e de seus cursistas com o programa e do qual destaco aqui alguns trechos bem interessantes:
“Não serão todos que concluirão como é esperado por todos nós, mas todos, certamente, já foram atingidos, direto ou indiretamente por esta atmosfera inquietante, desafiadora, desacomodadora e confortante vontade de aprender, que temporariamente estamos chamando de Gestar. Esse desejo não tem NOME, SOBRENOME, nem PRONOME. Ele É...”
Quero em primeiro lugar dizer do quanto aprendi ao aceitar “ensinar”. O que se precisa dizer a quem experimentou o desafio de construir o conhecimento proposto nesses cadernos de capas verdes, se não do quão maravilhoso e gratificante foi por ali caminhar por três anos e a partir de então, estar para sempre com as idéias através deles propostas? (Uma vez com elas estando, não se pode mais delas se livrar).
É preciso apenas lembrar. A memória lá está gravada nas atividades propostas, “despretensiosamente” registrada por entre as inúmeras atividades por nós desenvolvidas em contínuos momentos de planejamento, escrita, revisão e edição final... final? Não, edições provisórias. As reedições são constantes, pois trabalhamos a LINGUAGEM como “Processo de Interação Humana”. Por aqui agora todos compreendemos o TEXTO como centro do ensino, a VARIAÇÃO LINGUÍSTICA como orgulho da nossa Língua Portuguesa, as GRAMÁTICAS como plural, a INTERTEXTUALIDADE como uma grande rede abrangente dos discursos da humanidade, a COESÃO TEXTUAL muito mais significativa e contextualizada do que supúnhamos, as ARTES como um direito ao prazer, a LITERATURA como aquela de quem devemos sentir falta por ter tido a presença e, nos últimos encontros, surpreendemo-nos com a ARGUMENTAÇÃO como sendo parte de todo e qualquer discurso proferido e a COERÊNCIA como aquela que abraça o contexto. A ESTILÍSTICA? Esta já encontrando seu lugar desde as séries iniciais.
De todos os conceitos, os cursistas destacaram especialmente o conhecimento sobre GÊNERO TEXTUAIS: a palavra já não é mais empregada somente ao masculino e feminino, ou aos gêneros literários. Esta agora é uma constante na LEITURA e PRODUÇÃO em nossas salas de aula.
Os alunos mandam dizer, através de suas manifestações entusiasmadas nas aulas desenvolvidas por professores cursistas, que para elaborarem outro programa a seus professores, é preciso ter a qualidade deste e o toque de ousadia de um estado como RO que o abraçou muito antes de se tornar um programa nacional.
Agradeço à colega pelas palavras entusiásticas e fortemente motivadoras com as quais nos presenteou em seu blog e em nosso último encontro ( Ji-Paraná, Novembro de 2009).
Como esse é o primeiro encontro do ano de 2010, a princípio fizemos uma retomada das atividades desenvolvidas por nós até o presente momento, bem como aquelas que nos faltam para a conclusão do programa. Discutimos o cronograma, deliberamos sobre a data para aplicação das avaliações e sobre como e quando acontecerão os encontros e atividades. Ficou assim:
• Semana do dia 08/03 a 12/03 – Aplicação da Avaliação Diagnóstica;
• Dia 16 e 23/03 – Encontros destinados à correção das avaliações;
• Dia 06/04 – Encontro referente à Unidade 04 do TP 01;
• Dia 20/04 – Oficina referente às Unid. 05 e 06 do TP 02;
• Dia 04/05 – Oficina referente às Unid. 07 e 08 do TP 02;
• Semana do dia 18/05 – Encerramento das oficinas.
Lembramos que o programa não termina nessa data, apenas o estudo dos cadernos de Teoria e Prática (TPs). As atividades referentes ao programa devem continuar até, pelo menos, o final do ano letivo, quando estaremos aplicando a Avaliação de Saída. Acreditamos que, mesmo depois de concluído o estudo da teoria, na prática continuarão sendo desenvolvidas as atividades propostas pelo programa.
Na sequência das atividades do dia, dividimos a turma em pequenos grupos que ficaram encarregados de preparar e realizar a apresentação do conteúdo da Unidade:
• Seção 01 – Conceituar texto
Texto é toda e qualquer unidade de informação, no contexto da enunciação. Incluem-se aí os textos verbais, criados com palavras, e os textos não verbais, que prescindem do uso da palavra como o desenho, a pintura, a fotografia, a música, a mímica e outros. (TP1 Linguagem e cultura, p. 100)
• Seção 02 – Por que trabalhar com textos
O ensino e aprendizagem de qualquer língua deve dar-se com o uso de textos, porque é por meio deles que pensamos e interagimos. Da mesma forma, a análise lingüística só pode ser significativa para os alunos, se apoiada em textos que contextualizam cada uso do vocabulário e da morfossintaxe. (TP1 Linguagem e cultura, p. 113)
• Seção 03 – Os pactos de leitura
O pacto de leitura é um contrato implícito entre locutor e interlocutor quanto à expectativa que cada um põe no texto; um, a partir dos recursos usados, do gênero, do suporte, informa sobre como pretende que seu texto seja lido; o outro, a partir de seus objetivos e de seus conhecimentos, imagina o que pode encontrar no texto escolhido. (TP1 Linguagem e cultura, p. 120)
Os cursistas acharam por bem destacar o comentário da autora a respeito do papel do professor diante dessa visão de interlocução leitora, alertando para as possíveis leituras que cada indivíduo (aluno) é capaz de produzir:
“A diversidade de objetivos de leitura e de expressão dos alunos, assim como de seus conhecimentos prévios, exige do professor não só atitude aberta com relação às possibilidades e preferências, mas também uma atuação no sentido de criar condições para a ampliação de conhecimentos e, portanto, de horizontes.”(TP1 Linguagem e cultura, p. 120)
Luiza Oliveira de Assunção
Formadora Gestar II – Língua Portuguesa
Cerejeiras - RO
Blog da Luiza - Gestar 2
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Autobiografia
Meu nome é Luiza Oliveira de Assunção, nasci aos 19 de dezembro de 1965, na cidade de Deodápolis, Mato Grosso do Sul.
Antes de completar sete anos, meu pai resolveu se mudar com a família para a capital de São Paulo, onde pretendia melhores oportunidades de emprego e estudo para os filhos.
A primeira escola de que me lembro ficava na capital de São Paulo, num bairro chamado Penha de França. Era um prédio de três andares e chamava-se Colégio Padre Antão. Eu me recordo bem das escadas, que era por onde eu, ainda criança, corria em busca da merenda e das brincadeiras do recreio. Na sala de aula, me recordo apenas de um professor de quinta-série. Ele era negro, alto, magro e muito sisudo, mas eu me identificava muito com ele, ele dava aulas de Português e, com certeza, foi o responsável pelo gosto que adquiri pela leitura.
O que mais me fascinavam eram os textos que me transportavam para um mundo de fantasia, cheio de emoção e de alegria. Eu me concentrava tanto nas leituras, nas histórias, que perdia a noção do tempo, da realidade, e muitas vezes fui repreendida duramente por isso, pois tinha que cuidar dos serviços da casa primeiro e, muitas vezes, me surpreendiam com um livro nas mãos, entretida com as aventuras dos personagens.
Pegava livros emprestados na biblioteca da escola, na biblioteca pública e dos meus professores. Adorava entrar em livrarias e sonhava em um dia poder adquirir todos aqueles livros ali expostos. Era meu sonho de consumo. Meus irmãos mais velhos também contribuíam trazendo material de leitura para mim. Gibis, revistas, livros os mais diversos, fotonovelas e outros. Tinha preferência por textos narrativos e que tivessem bastantes diálogos.
Aos onze anos de idade nos mudamos novamente. Agora para a cidade de Campo Grande. Ali, estudei numa escola muito boa, cujo nome homenageava o Padre Heitor Castoldi. Datam dessa época algumas lembranças muito boas como o contato com a música e as festas regionais.
Permanecemos somente um ano naquele lugar, de onde saímos atraídos pela possibilidade de adquirir um pedaço de terra. Viemos para Rondônia em 1978 e nos instalamos inicialmente na cidade de Colorado do Oeste e depois no sítio que meu pai ganhou do Incra.
Essa nova morada ficava localizada muito distante da cidade e, por isso, fui obrigada a interromper meus estudos na sétima série do ensino fundamental. Também rarearam as possibilidades de acesso a qualquer material de leitura, então lia o que me caía nas mãos.
Aos dezesseis anos me casei e, um ano depois, já era professora numa escolinha rural em turmas multisseriadas.
Logo em seguida me inscrevi num curso de formação de professores à distância, o Logos II.
Com minha sede de saber, consegui alcançar, nesse curso, um dos recordes dos quais me orgulho em meus estudos. Concluí o curso em menos de quatorze meses, realizando até quatorze provas em um só dia.
Assim “formada”, resolvi me mudar, com minha família para a cidade de Cerejeiras, quando fui trabalhar na Escola Tancredo Neves, isso em 1986.
Trabalhava com turmas do primário, segunda e terceira série, a maior parte do tempo.
Em 1995, surgiu a oportunidade de realizar mais um dos meus sonhos, um curso de graduação na área de Língua Portuguesa. Era um curso da UNIR, Universidade Federal de Rondônia. Quando comecei o curso, fui convidada a trabalhar com as séries finais do ensino fundamental e o ensino médio.
Em 2000, seis meses depois de minha formatura, fui surpreendida em minhas convicções pela demissão. O Governo do Estado, alegando a necessidade de enxugar a folha de pagamento, demitiu um grande número de funcionários.
Fiquei desesperada! Já havia percebido que a educação era a minha vida e não poderia viver de outra forma. Busquei por diversos meios reaver meu cargo, mas foi tudo em vão, percebi que não poderia tê-lo de volta. Minha salvação foram as escolas particulares e algumas aulas pelo município, até poder voltar. Agora de acordo com a lei. Com nível superior e concurso público. Fiz o concurso em 2001, passei e fui chamada pra tomar posse no meu cargo de Professora Nível III em abril do mesmo ano. Em 2008, fui convidada a fazer parte da equipe do Gestar II em Cerejeiras como formadora de Língua Portuguesa, com o qual espero poder contribuir para a formação continuada de muitos outros colegas professores e, dessa forma, ajudar na melhoria do qualidade da educação que é oferecida aos nossos jovens estudantes, principalmente, daqueles que são foco do programa, de sexto ao nono ano.
E o futuro? A Deus pertence... Mas acredito que estou deixando a minha contribuição para que ele seja melhor.
Antes de completar sete anos, meu pai resolveu se mudar com a família para a capital de São Paulo, onde pretendia melhores oportunidades de emprego e estudo para os filhos.
A primeira escola de que me lembro ficava na capital de São Paulo, num bairro chamado Penha de França. Era um prédio de três andares e chamava-se Colégio Padre Antão. Eu me recordo bem das escadas, que era por onde eu, ainda criança, corria em busca da merenda e das brincadeiras do recreio. Na sala de aula, me recordo apenas de um professor de quinta-série. Ele era negro, alto, magro e muito sisudo, mas eu me identificava muito com ele, ele dava aulas de Português e, com certeza, foi o responsável pelo gosto que adquiri pela leitura.
O que mais me fascinavam eram os textos que me transportavam para um mundo de fantasia, cheio de emoção e de alegria. Eu me concentrava tanto nas leituras, nas histórias, que perdia a noção do tempo, da realidade, e muitas vezes fui repreendida duramente por isso, pois tinha que cuidar dos serviços da casa primeiro e, muitas vezes, me surpreendiam com um livro nas mãos, entretida com as aventuras dos personagens.
Pegava livros emprestados na biblioteca da escola, na biblioteca pública e dos meus professores. Adorava entrar em livrarias e sonhava em um dia poder adquirir todos aqueles livros ali expostos. Era meu sonho de consumo. Meus irmãos mais velhos também contribuíam trazendo material de leitura para mim. Gibis, revistas, livros os mais diversos, fotonovelas e outros. Tinha preferência por textos narrativos e que tivessem bastantes diálogos.
Aos onze anos de idade nos mudamos novamente. Agora para a cidade de Campo Grande. Ali, estudei numa escola muito boa, cujo nome homenageava o Padre Heitor Castoldi. Datam dessa época algumas lembranças muito boas como o contato com a música e as festas regionais.
Permanecemos somente um ano naquele lugar, de onde saímos atraídos pela possibilidade de adquirir um pedaço de terra. Viemos para Rondônia em 1978 e nos instalamos inicialmente na cidade de Colorado do Oeste e depois no sítio que meu pai ganhou do Incra.
Essa nova morada ficava localizada muito distante da cidade e, por isso, fui obrigada a interromper meus estudos na sétima série do ensino fundamental. Também rarearam as possibilidades de acesso a qualquer material de leitura, então lia o que me caía nas mãos.
Aos dezesseis anos me casei e, um ano depois, já era professora numa escolinha rural em turmas multisseriadas.
Logo em seguida me inscrevi num curso de formação de professores à distância, o Logos II.
Com minha sede de saber, consegui alcançar, nesse curso, um dos recordes dos quais me orgulho em meus estudos. Concluí o curso em menos de quatorze meses, realizando até quatorze provas em um só dia.
Assim “formada”, resolvi me mudar, com minha família para a cidade de Cerejeiras, quando fui trabalhar na Escola Tancredo Neves, isso em 1986.
Trabalhava com turmas do primário, segunda e terceira série, a maior parte do tempo.
Em 1995, surgiu a oportunidade de realizar mais um dos meus sonhos, um curso de graduação na área de Língua Portuguesa. Era um curso da UNIR, Universidade Federal de Rondônia. Quando comecei o curso, fui convidada a trabalhar com as séries finais do ensino fundamental e o ensino médio.
Em 2000, seis meses depois de minha formatura, fui surpreendida em minhas convicções pela demissão. O Governo do Estado, alegando a necessidade de enxugar a folha de pagamento, demitiu um grande número de funcionários.
Fiquei desesperada! Já havia percebido que a educação era a minha vida e não poderia viver de outra forma. Busquei por diversos meios reaver meu cargo, mas foi tudo em vão, percebi que não poderia tê-lo de volta. Minha salvação foram as escolas particulares e algumas aulas pelo município, até poder voltar. Agora de acordo com a lei. Com nível superior e concurso público. Fiz o concurso em 2001, passei e fui chamada pra tomar posse no meu cargo de Professora Nível III em abril do mesmo ano. Em 2008, fui convidada a fazer parte da equipe do Gestar II em Cerejeiras como formadora de Língua Portuguesa, com o qual espero poder contribuir para a formação continuada de muitos outros colegas professores e, dessa forma, ajudar na melhoria do qualidade da educação que é oferecida aos nossos jovens estudantes, principalmente, daqueles que são foco do programa, de sexto ao nono ano.
E o futuro? A Deus pertence... Mas acredito que estou deixando a minha contribuição para que ele seja melhor.
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